A arquitetura alentejana

A região do Sul de Portugal, chamada Alentejo, tem imensas riquezas para ver como as cidades de Elvas e Évora que formam parte do patrimônio mundial da UNESCO, tantas riquezas para explorar ou inclusive para provar o excelente vinho alentejano. Entre todos estes tesouros, não se podem esquecer as casas típicas desta zona, que justamente se mantiveram com o tempo e que moldam a paisagem. 

É interessante ver que, nestes casos, foram as populações que criaram este estilo arquitectónico, estas casas que ante todo, tiveram uma função prática: acolher as famílias e mantê-las no ambiente caloroso. 

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Origem das casas alentejanas 

A presença dos Árabes na península ibérica a partir de 710 deixou rastos inimagináveis nesta região portuguesa. Influenciaram elementos deste tipo de construção. Porém, nota-se também que as molduras coloridas também são significativas da arquitetura romana e portanto, da sua influência em Portugal. 

Características das casas alentejanas

Estas habitações encontram-se nas zonas rurais do Alentejo e têm geralmente um piso de tipo “térreo”. São feitas com taipa ou também com tijolos cujas dimensões e formas podem variar. 

Elementos exteriores

© Arte Leite - Artesanato Português

As janelas são colocadas de tal forma que a casa se mantenha fresca nos dias quentes do verão alentejano, mas também para que o ambiente interior esteja quente no inverno. Então, também há pouca luz que entra neste tipo de casas devido às janelas bastante pequenas. Às vezes, não há nenhuma janela. Adicionalmente, as casas alentejanas foram construídas com paredes grossas justamente para uma melhor adaptação às estações (frescura no verão e calor no inverno).  

Notamos a presença de uma porta só, pelas mesmas razões evocadas anteriormente. Também dizem que, na maioria dos casos, a entrada dá diretamente na cozinha (uma peça particularmente importante). 

As fachadas exteriores aparecem quase todas com uma cor branca, rodeada por cores mais vivas nos contornos das janelas, das portas e na parte inferior das fachadas (por exemplo, a cor laranja, o vermelho, o verde ou o azul). A escolha dessas cores não é hasar: evitava que os insetos e os maus espíritos invadissem a casa. 

Os muros também são constituídos de cal, um material bastante importante na tradição alentejana que proporciona um brilho e uma textura particular às fachadas. 

Um interior simples mas eficaz

O elemento que se destaca mais nessas casas alentejanas, são as chaminés que conforme a casas e os seus habitantes, têm formas diferentes.  Algumas são quadradas, outras são retangulares… Porém, todas têm uma função importantíssima dentro das casas do Alentejo: aquecer o interior da casa no inverno, cozer a comida e aquecer-se a si próprio. Isto também explica que as casas alentejanas não tenham divisões interiores (ou pelo menos, muito poucas): o calor espalha-se muito mais numa grande peça de convívio.  

Hoje em dia

Atualmente, as casas alentejanas ainda existem e muitos alentejanos vivem nestas habitações.

Outras pessoas desejam construir casas um pouco mais modernas, mas guardando o estilo tradicional alentejano. Por exemplo, é possível ver casas novas com andares, geralmente dois, (o que não é característico das casas alentejanas tradicionais) com uma fachada exterior que recorde o que mencionamos há pouco. Efectivamente, o fato de pintar os contornos das janelas, das portas, ou inclusive o portão com cores vivas que refletem o ambiente e a alegria alentejana é algo que se faz cada vez mais. 

Por outra parte, o uso do cal continua a ser um material importante e essencial para as construções, especialmente nesta região tão quente. Permite uma melhor isolação ao longo do tempo. 

Os arquitetos atuais imaginam casas que seguem este estilo alentejano aportando um toque mais moderno. Infelizmente, todos queremos um interior luminoso, razão pela qual nota-se que se multiplicam as janelas nas construções modernas do Alentejo principalmente porque é uma região que goza de muito sol.  

Moradias bifamiliares, casas ou locais turísticos podem ser completamente revistos para adaptar-se às particularidades da arquitetura alentejana desde o ponto de vista das cores e da disposição.  

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